Folheando...

É sempre bom não deixar esmaecer imagens, escritos, que marcaram épocas,que fizeram parte da nossa vida e portanto contém uma riqueza...Por conta disso quero arquivar fatos, poesias, fotos , folheando um passado que apresente beleza,harmonia,fazendo descansar a nossa vista e percepção...

22.10.10

A companheira...

 Eu quis chegar ao pico da montanha acreditando ser o ponto mais alto… Que nada,quando lá cheguei, vi que faltava muito para alcançá-lo...Eu quis subir mais, não medir forças. Ultrapassei as nuvens mas não pude tocá-las…
Eu quis ser música suave para os outros, mas eram todos surdos…Eu quis dar amor,mas onde estava? Procurei-o  e  sem achá-lo tentei encontrar dentro de mim…Mas a busca foi em vão… Decidi por ver alguém sorrir, mas nesse mar de opressão , de angustia que o mundo oferece, ficou  difícil…Foi quando então tentei ser a paz, ser a alegria e me vi no mesmo ponto.
Por fim, resolvi acompanhar a solidão, qual não foi minha surpresa quando percebi ser ela minha companheira. 
   ( Célia Cavalcanti 11.03.1980)

20.10.10

Sentimentos


Vá entender os homens…
Vá entender os acontecimentos, os fatos, os sentimentos…
Vá entender as nuances, os percalços, as reações mais diversas...
Vá entender os contra tempos, as diferenças, as intrigas, a raiva, os rancores, os complexos, os temores e tremores, a insensatez...
Vá entender os altos e baixos que o coração  traz e leva consigo no percurso da vida...até o fim…
Amor e ódio caminham paralelos, numa luta constante.
Há que se fazer uma opção: Aquela que pode parecer difícil mas que no fundo é simples, leve, chega a ser até prazerosa…A escolha do amor que tudo perdoa…É difícil, mas deixa o coração em paz…
Já o outro lado, o ódio, a raiva, pode trazer um certo alívio momentâneo, mas tira a paz interior...
Existe ainda alguma dúvida?...
Vá entender o homem que nessa luta ainda titubeia quanto à escolha a fazer...
Vá entender o seu coração ...

                ( Célia Cavalcanti )

11.10.06

O tempo não pára...

O Tempo...
Ah, o tempo...
Passa tão veloz que não vejo quase a sua cor...
É como um rio que corre...
O tempo... Imperceptível e forte como o clarão de um relâmpago...
O tempo...
Ah, eterno mestre que me ensina a não parar...Que sara as mágoas e quase apaga os amores perdidos...
O tempo...
Ah, esse companheiro travesso, que não revela o tempo que ainda me resta para amar!...

(Célia Cavalcanti - 2002 )

10.10.06

Certeza...

3.8.06

A Vida...


É como um rio que corre,
O sol que nasce e morre,
Criança que chora e sorri,
Jogador que perde e sofre.
É noite que precede a aurora,
É como neve a queimar...
É sombra que traz calor,
É mar que nunca esvazia...
É o amor que parte e o coração que se parte
E outro amor que renasce...
É gente pedindo paz e guerra que gente faz,
É luta do mal contra o bem e pouco importa ninguém.
É rico que pouco tem e pobre que rico é.
É como a chuva a cair e a seca que nunca tem fim...
A promoção já definida pra quem devia sair,
E fica sempre por baixo aquele que deve subir...
É uma rotina sem fim é um viver para quê?
È um lutar, um querer, uma esperança a morrer...
E num eterno contraste, aqui se vive e se nasce,
E não se encontra igualdade,
Onde estás felicidade?
É como o rio que corre,
É ponteiro a circular...
É dado que só marca zero pra quem nunca sorte terá...
Aqui se vive, se morre e a vida fica a girar...
É como um rio que corre, é alegria e dor sem parar,
É muito amor a queimar que não se pode conter,
É tudo isso a vida,
Como é difícil viver!


( poema de Célia Cavalcanti - já musicado- 1976)

24.7.06

Balões




Que semelhança entre os balões e a vida
-São todos feitos para o mesmo fim...
-Todos são feitos para a mesma lida:
Balões de seda e de papel cetim!

Pensando às vezes, fico entristecida...
Balões de vento, como sobem assim...
Minh’alma fica como que perdida,
Quando eles sobem, a se afastar de mim.

Descanso a vista nos balões queimados,
Demoro os olhos nos balões parados,
Enquanto os outros se sumindo vão...

...Eu sinto a vida nos balões que passam,
Que sobem, fogem... Que se queimam e esgarçam...
...E a vida eu fico a procurar em vão...

(Falira )
Recife 19/06/1949 -Poema dedicado à mãe Joaquina e publicado no Jornal do Comércio)

20.7.06

O que não passa...


Amizades que se acabam, não são amizades, são ilusões. Pois a amizade mesmo nunca se apaga... Não importa a distância, o tempo, as avalanches da vida, as queimadas e as enchentes...Mais cedo ou mais tarde ela ressurge mais profunda, mais inabalável e verdadeira...
(Célia Cavalcanti / 20/07/2006 )

8.7.06

O tempo...

Beleza e paz predominam no Universo. E o tempo vai correndo e nesse tempo o Homem, rei de todo o criado domina um mundo rico, lindo,colorido. Céu e terra se confundem.
E o tempo continua correndo.
Cresce o desejo de querer mais, de possuir mais, de crescer mais...
Aos poucos, o colorido existente ao seu redor perde-se num nevoeiro onde não mais se distinguem as cores, as coisas, as pessoas...
E o tempo continua correndo.
De repente, uma tempestade parece tudo arrancar das mãos daquele pobre rei que ainda nutre a ilusão que tudo não passa de um sonho, um terrível sonho...
E o tempo continua correndo.
As coisas se tumultuam, tudo esvanece, tudo passa.
O Homem tenta segurar com suas mãos a felicidade que escorre como água e vai correndo com o tempo que continua correndo...

( Célia Cavalcanti - 1980 )

1.7.06


A minha rocha explodiu e eu não esperei para virar pedra,em poeira me tornei e juntei-me ao vento, onde contemplo paisagens lindas e pastagens silenciosas.Hoje porém para surpresa minha,o vento me levou para a antiga rocha....
Um sentimento me tocou tão forte, que abandonei o vento e me tornei ninguém!!!
( Marcanti )22-06 -06

28.6.06

Tudo passa...


E as nuvens foram passando com o soprar do vento...
...E o dia foi se acabando com o morrer do sol...
...E os minutos, as horas, os momentos foram correndo e no tempo se perdendo...
...E passaram as alegrias eufóricas, os amores que nem chegaram a existir...
...E passaram as lágrimas que pareciam jamais secar...Passaram as ilusões, os sonhos, as paixões, as dúvidas, os rancores, os males, os amores que chegaram a nascer para logo morrer...
...Tudo foi passando...Tudo me levando...
...Uma coisa restou; linda, fascinante, incrivelmente bela,encantadora...Não nasceu por ter sempre existido...Não morreu por ser inabalável...Dá sentido a tudo, e tudo transforma: o Amor.


( Célia Cavalcanti ) 17/01/1981

Perdas e ganhos...


A vida é feita de perdas e ganhos que se entrelaçam na maioria das vezes de tal forma que chegamos a perguntar o que realmente é ganhar, o que realmente é perder...
(Célia Cavalcanti ) 13/04/2006

23.6.06

O que restou...


...E quando da morte fez-se a vida
Do pranto, a alegria...
Da mágoa, o perdão:
A noite se fez dia...
...E quando viver teve sentido
O apelo teve ouvido
O amor se fez presente:
A dor se fez ausente...
...E quando tudo enfim era harmonia
O belo, a cada instante renascia;
O sonho se acabou.
O amor se foi aos poucos, dia a dia...
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...E quando só, sem ter onde pousar as mãos,
Sem mais saber onde firmar os pés,
Em frente, me encontrei com a solidão,
Senti que, mesmo assim valeu a pena.
Restou-me uma lembrança eterna do amigo.
Restou-me uma saudade atroz que em mim abrigo.

Célia Cavalcanti - abril de 1989

20.6.06

Mudança de estação

Faz frio, o inverno está chegando.
É tarde, o silêncio da noite me acompanha... Lá fora um carro passa, uma criança chora... Gotas de chuva caem sucessivamente...
O relógio continua o seu trabalho marcando o tempo no mesmo compasso sem monotonia, pois nunca se repete o momento e o hoje, jamais irá voltar... Lá longe algum barulho quebra o silencioso vazio...Os cães latem conversando entre eles enquanto eu dialogo com a saudade...

Fora, o inverno está chegando...Dentro, ele vigora.
Sei que um dia, o frio cederá lugar ao calor. O sol voltará a brilhar... Fora já não será mais inverno... E dentro?...
... Música suave e dolente embala essa noite...


( Célia Cavalcanti ) 26/05/1989

16.6.06

Abrindo o album...

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Tu, que da vida nada consideras,
Deixa que eu diga, aqui, filha querida,
Que o tempo -marcador de todas eras-
Seguindo passa a estrada indefinida...

Ele não pára, nós é que paramos
Indecisos, a sós, desprevenidos
Quando da vida os sonhos bons sonhamos...

Não volta o tempo - nós é que voltamos
Cansados de viver, desiludidos
Ele não fica, nós é que ficamos...

Falira
( pseudônimo da poetisa Josefa Lira Cavalcanti ) Poema dedicado à filha primogênita -Lourdinha - hoje Ir. Cáritas
20 / 05/ 1949 Recife- Pe

14.6.06

Como é possível ?


Quando vejo um pintor transformar seu pensamento em cores, quando o duro mármore se torna um leve manto caído aos pés da Pietá, quando dedos mágicos executam sinfonias que perduram, quando vejo corridas, saltos, acrobacias, rapidez e elasticidade desses grandes e eternos seres, eu me pergunto: como é possivel?
São humanos como eu !... Respiram, dormem,andam, se alimentam, como eu...Como pode?...
Dentro deles porém existe um coração cheio de garra, de vontade, de esforço, de determinação, de luta e de certeza de chegar !!!

Célia Cavalcanti - ano 2000